domingo, 1 de maio de 2011

O bom filho a casa torna

Nunca foi tão intensa a busca dos clubes brasileiros em mostrar aos seus jogadores o que eles tem de melhor: a história.

Parece me que os clubes tem dado mais interesse na contratação de antigos ídolos do cenário futebolístico do que os medalhões de sempre. Isso vem acontecendo não só no Brasil.

Para exemplificar melhor a linha de pensamento deste que vos escreve posso começar citando Josep Guardiola, ex-jogador e atual treinador do Barcelona. É sabido por alguns que o clube catalão tem um estilo único de jogar, sempre foi assim. Muda-se o treinador mas mantem-se a tática. Insatisfeitos com as confusões geradas por Louis Van Gaal e a falta de liderança de Frank Rjikaard os diretores do Barcelona resolveram mostrar aos seus jogadores que para vestir esta camisa precisa de raça, bom futebol e acima de tudo, prazer. Como mostrar isso com treinadores que não fazem parte ou não fizeram parte da história do clube? Impossível.
Por isso o clube resolveu buscar na sua história um jogador que ja havia sido capitão dessa equipe, que ja havia escrito seu nome do hall da fama, que sempre será lembrado e que, na verdade, jamais havia sido esquecido, e o nome da vez foi: Josep Guardiola.

Josep inicia sua história no Barcelona desde seus 13 anos de idade. Atuou pelo profissional em 1990 e ja na temporada de 1991-1992 tornou-se titular indispensável na equipe assumindo a bracedeira de capitão em 1996. Só deixou o clube em 2001, ou seja, 11 anos de histórias e muitos títulos. Guardiola sabe da história do clube porque fez parte dela, e hoje, é exatamente isso que ele passa aos jogadores: vestir a camisa com amor.

Muito discutido é o fato de que, comparado ao passado, o futebol passou a ser um esporte de mercenários pelas quantidades que envolvem as transações de jogadores. Ora, onde ja se viu um mesmo caras que foi ídolo no Flamengo, ser ídolo do Fluminense e do Vasco? Romário foi um deles, mas é só um exemplo dentre outros. O futebol parece estar dizendo basta a essas situações.

Um exemplo inegável de amor ao clube é do goleiro Rogério Ceni, que defende o São Paulo desde 1990 e não me surpreenderia se daqui uns anos ele virasse o treinador da equipe pois é exatamente este tipo de atleta que os clubes procuram hoje para assumir os comandos de treinador.

Paulo Roberto Falcão voltou ao Inter após muitos anos, assim como: Renato Gaúcho no Grêmio, Adílson Baptista no Atlético Paranaense...

Uma declaração recente do treinador do clube paranaense me deixou um tanto quanto surpreso: perguntado sobre qual seria a motivação da equipe no último jogo pelo estadual, uma vez que ja não havia mais chances de ser campeão, o treinador respondeu: "A motivação deles é estar no Atlético Paranaense, com toda essa estrutura, com essa torcida maravilhosa e com o salário em dia". Provavelmente este discurso deve ser ouvido repetitivamente no Gigante do Beria Rio e no Olímpico também.

Era isso que faltava no comando, e é isso que cada vez mais os clubes procuram e querem: amor a camisa de volta aos gramados.

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