quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um "tsunami" no Paraná

"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez". O autor desta frase é, provavelmente, Jean Cocteu (poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo, ator e encenador de teatro francês) mas há quem conteste que seja de Mark Twain (escritor e humorista americano)*. Mas, ninguém pode contestar que ela pose ser aplicada a equipe recordista de vitórias no Brasil: o Coritiba.
O alvi-verde paranaense escreve seu nome nos anais dos reordes brasileiros com mais uma vítima: o Palmeiras.
"Esse record do Coritiba é contestável, pois o campeonato Paranaense é um campeonato de pouca expressão" disse o experiente volante palmeirense Marcos Assunção. Uma ova! Mal sabia ele que o Coritiba além de ganhar, humilharia os paulistas no dia de hoje (05/05/2011) em jogo válido pela Copa do Brasil: 6x0 para os paranaenses que praticamente eliminam o jogo em São Paulo. O Palmeiras sabe que é impossível, logo não fará: "...independente de qualquer coisa temos que ganhar para sair de cabeça erguida..." disse o atacante do time paulista Welington Paulista; "...vão dizer que foi porque o Deola não jogou e entrou o Marcos, mas, a verdade é que não tem mais como classificar, não adianta se iludir" disse o goleiro Marcos. Os dircurssos ja são de derrota.
Há quem dissesse que este jogo era a prova de fogo do clube paranaense. Se foi uma prova, o Coritiba tirou A+; se foi de fogo, o "Tsunami" não só apagou como devastou.
Este é um grande exemplo de planejamento. O Coritiba adiantou os direitos televisivos da Rede Globo de Comunicação (que até 2012 tem a licitação de transmição exclusiva do campeonato brasiliero) e montou uma verdadeira máquina. Manteve os principais jogadores, incrementou seu elenco com outros bons atletas, mateve a linha de raciocínio técnico (saiu Ney Franco para comandar a seleção Brasileira sub 20 onde este ano ja foi campeão Sul-Americano e entrou, por indicação de Ney, Marcelo Oliveira, pouco conhecido, mas, com pensamentos e trabalhos na linha do ex-treinador alvi-verde). O detalhe mais interessante desta equipe é que não tem nenhum craque, daqueles medalhões. Tem excelentes jogadores como: Rafinha (maia atacante), Marco Aurélio (atacante), Davi (meio campista), Léo Gago e Leandro Donizete (volantes), além de contar com dois goleiros que seriam titulares em qualquer clube brasileiro, Édson Bastos e Vanderlei.
Para quem gosta e acompanha o futebol como eu, o jogo mais esperado do ano é: "meninos da vila" Santos x Coritiba"tsunami alvi-verde", não necessáriamente nesta mesma ordem.
Coritiba, campeão Paranaense invicto, 24 vitórias consecutivas até o dia de hoje. Só resta ao clube esperar até a próxima quarta-feira (11/05/2011) quando enfrenta novamente o alvi-verde paulista.
*informações retiradas da Wikipédia, a enciclopédia livre

domingo, 1 de maio de 2011

Pré Temporadas x Estaduais x Outras competições

O título diz tudo, é um campeonato contra o outro, jogos direto, sem muito descanso, calendário estufado, e o pior...pré temporada demasiada curta.

O Campeonato Brasileiro termina em dezembro, entre a primeira e segunda semana do mês. Os clubes cedem folgas a seus atletas. As atividades são retomadas na primeira semana de Janeiro, as competições começam entre a segunda e terceira semana do mesmo mês. E a pré temporada? Isso não existe no Brasil.

Alguns clubes tentam passar aos torcedores que o estadual não importa, que almejam títulos maiores, mas vai explicar isso para o torcedor. A situação torna-se incompreensível pois é inadimicivel que um clube de primeira divisão perca para um clube que se quer tem divisão, não entra na cabeça do torcedor. Assim como não entra na cabeça do torcedor o fato de ir mal no estadual, a descrença começa, ou torna-se, isuperável. Não tem como pensar que: "estamos mal no estadual mas estamos fazendo uma pré-temporada, no Brasileiro será outra história". A única coisa que pensam os torcedores é: "se não ganhamos desse timinho ganharemos de quem?"

E a torida exigindo bons resultados no estadual, como os treinadores não vão da bola uma vez que em inúmeras situações treinadores são demitidos por derrotas no mesmo?

Hoje 01/05/2011 estamos nos deparando exatamente com esta situação: Renato Gaúcho, treinador do Grêmio, esta na corda bamba após uma derrota na Libertadores da América em casa e enfrenta o maior rival, o Internacional, jogo que: se o tricolor ganhar leva o título do estadual, se perder, tem mais duas partidas entre os dois clubes. Ou seja, dependendo do resultado de hoje, Renato Gaucho pode estar desempregado. E temos inúmeros exemplos no passado onde os "grandes" ficaram de fora da decisão. Hoje, no Rio, o Botafogo nem chegou na semi-final. A decisão ficou entre Vasco e Flamengo, se o rubro-negro vencer termina o estadual, se não, tem mais duas partidas entre os dois clubes.

Isso meus caros leitores, é a pura falta de noção do nosso futebol. Vemos vários jogos com um mínimo de torcedores, mas todos cobram resultados. Será que é tão rentável assim para os clubes o campeonato estadual? Excluindo os cariocas, que tem as maiores dívidas no cenário nacional, portanto precisam de uma renda de final de campeonato (a única que lotam os estádios e que não me admira se um perder para ter os dois confrontos finais e dar mais dinheiro de renda para ambos) o resto acredito que seria desnecessária tal participação, poupa o psicológico dos jogadores e também o físico. Só que de fato seria, verbo no passado. Só torna-se importante a participação para que efetivamente seja feita uma pré-temporada.

Até quando a CBF fará nosso calendário grotesco da forma como está? Até quando nós lutaremos contra os calendários mundiais onde se tem as temporadas (ex. 1990-1991, 1991-1992...)? Até quando valorizaremos os campeonatos estaduais?

Existem respostas diferentes para as diferentes perguntas, mas, o resumo seria: só acontecerá quando a CBF mudar drasticamente de comando, ou seja, provavelmente, nunca.

O bom filho a casa torna

Nunca foi tão intensa a busca dos clubes brasileiros em mostrar aos seus jogadores o que eles tem de melhor: a história.

Parece me que os clubes tem dado mais interesse na contratação de antigos ídolos do cenário futebolístico do que os medalhões de sempre. Isso vem acontecendo não só no Brasil.

Para exemplificar melhor a linha de pensamento deste que vos escreve posso começar citando Josep Guardiola, ex-jogador e atual treinador do Barcelona. É sabido por alguns que o clube catalão tem um estilo único de jogar, sempre foi assim. Muda-se o treinador mas mantem-se a tática. Insatisfeitos com as confusões geradas por Louis Van Gaal e a falta de liderança de Frank Rjikaard os diretores do Barcelona resolveram mostrar aos seus jogadores que para vestir esta camisa precisa de raça, bom futebol e acima de tudo, prazer. Como mostrar isso com treinadores que não fazem parte ou não fizeram parte da história do clube? Impossível.
Por isso o clube resolveu buscar na sua história um jogador que ja havia sido capitão dessa equipe, que ja havia escrito seu nome do hall da fama, que sempre será lembrado e que, na verdade, jamais havia sido esquecido, e o nome da vez foi: Josep Guardiola.

Josep inicia sua história no Barcelona desde seus 13 anos de idade. Atuou pelo profissional em 1990 e ja na temporada de 1991-1992 tornou-se titular indispensável na equipe assumindo a bracedeira de capitão em 1996. Só deixou o clube em 2001, ou seja, 11 anos de histórias e muitos títulos. Guardiola sabe da história do clube porque fez parte dela, e hoje, é exatamente isso que ele passa aos jogadores: vestir a camisa com amor.

Muito discutido é o fato de que, comparado ao passado, o futebol passou a ser um esporte de mercenários pelas quantidades que envolvem as transações de jogadores. Ora, onde ja se viu um mesmo caras que foi ídolo no Flamengo, ser ídolo do Fluminense e do Vasco? Romário foi um deles, mas é só um exemplo dentre outros. O futebol parece estar dizendo basta a essas situações.

Um exemplo inegável de amor ao clube é do goleiro Rogério Ceni, que defende o São Paulo desde 1990 e não me surpreenderia se daqui uns anos ele virasse o treinador da equipe pois é exatamente este tipo de atleta que os clubes procuram hoje para assumir os comandos de treinador.

Paulo Roberto Falcão voltou ao Inter após muitos anos, assim como: Renato Gaúcho no Grêmio, Adílson Baptista no Atlético Paranaense...

Uma declaração recente do treinador do clube paranaense me deixou um tanto quanto surpreso: perguntado sobre qual seria a motivação da equipe no último jogo pelo estadual, uma vez que ja não havia mais chances de ser campeão, o treinador respondeu: "A motivação deles é estar no Atlético Paranaense, com toda essa estrutura, com essa torcida maravilhosa e com o salário em dia". Provavelmente este discurso deve ser ouvido repetitivamente no Gigante do Beria Rio e no Olímpico também.

Era isso que faltava no comando, e é isso que cada vez mais os clubes procuram e querem: amor a camisa de volta aos gramados.